DISTÚRBIOS BENIGNOS E MALIGNOS DAS CORDAS VOCAIS

Laringites

É a inflamação da laringe que pode ser causada por vírus, bactérias ou fungos. As comuns são as virais. As queixas mais freqüentes são rouquidão, dor de garganta, tosse, febre, dificuldade para deglutir ou respirar. As laringites bacterianas geralmente são evoluções das laringites virais ou infecções das vias áreas inferiores. A infecção fúngica está frequentemente ligada à baixa de imunidade geral ou local e podem ser vistas nos pacientes em tratamento de asma brônquica com uso de corticóides inalados. O refluxo gastroesofágico leva inicialmente a uma laringite química que tende a durar longo período. Os pacientes podem reclamar de rouquidão, tosse, “pigarro” e sensação de bola “presa” na garganta.

Nódulos Vocais

Comuns em mulheres, crianças e profissionais da voz, como professores, cantores, locutores, religiosos, entre outros.
Devem-se geralmente ao trauma local decorrente do uso inadequado da voz.
São lesões benignas que costumam responder bem a exercícios de fonoterapia. O tratamento cirúrgico pode ser indicado em casos específicos.

Pólipos Vocais

Os pólipos das pregas vocais são lesões benignas, geralmente secundárias a processos inflamatórios, trauma local por uso inadequado da voz, tabagismo, refluxo gastroesofágico e como conseqüência de lesões pré-existentes na prega vocal.
O impacto na voz é muito variável, porém sempre maior que nos nódulos vocais. A maioria dos casos requer tratamento cirúrgico associado a fonoterapia.

Edema de Reinke

Lesão de aspecto gelatinoso difuso, ocupa todo espaço de Reink da prega vocal e que geralmente acomete os dois lados. É mais comum em mulheres de meia idade e tabagistas. A voz fica mais grave e pode chegar a causar dificuldade para respirar em casos mais avançados com dimensões grandes.

Cistos Intra-Cordais e Sulcos Vocais

São lesões congênitas, que apresentam como principal manifestação clínica o grande comprometimento da voz e isso se deve ao fato de se localizarem nas camadas mais profundas das pregas vocais, região muito importante para a produção da voz. O tratamento microcirúrgico é o indicado na maior parte dos casos.

Leucoplasias

As leucoplasias são lesões brancas, espessas, vistas na superfície das pregas vocais, embora possa acometer toda mucosa das vias respiratórias superiores, decorrentes de irritação crônica, continuada e intensa. São consideradas lesões pré-malignas devendo ser monitorizadas e removidas em casos específicos, sob o risco de evoluir para o câncer de laringe.

Paralisias

A laringe recebe inervações motora e sensitiva. O acometimento dessa inervação em situações específicas, como trauma cirúrgico, principalmente da glândula tireóide, infecções virais, tumores, dentre outras, pode levar à paralisia da laringe.
Antes de iniciar qualquer terapia, é importante procurar causas específicas para a paralisia e estas causas podem estar no cérebro, no tronco encefálico, na região cervical ou até mesmo no tórax.
O tratamento varia de acordo com o tipo da paralisia, uni ou bilateral, bem como a posição da prega vocal paralisada, podendo ser indicado: fonoterapia, cirurgias endoscópicas e ainda cirurgias no pescoço chamadas tireoplastias, que visam a reposicionar a prega vocal paralisada na linha média, assim restaurando a qualidade vocal.

Papilomatose da Laringe

Pode ocorrer em qualquer faixa etária, sendo mais frequente em crianças. Por isso se fala em duas formas clínicas: a papilomatose juvenil (mais grave) e a papilomatose do adulto.
A papilomatose é uma lesão benigna, causada pelo vírus do grupo HPV, podendo ser adquirida na hora do parto, através do sangue, ou através de relações sexuais, ou ainda ser transmitida por via placentária da mãe para a criança. Localiza-se na mucosa da laringe, formando lesões descritas como cachos de uva.
É o tumor benigno mais comum na laringe, causa alteração progressiva da voz, chegando a afonia (perda total da voz) e obstrução respiratória nos casos mais graves. O tratamento é complexo e envolve cirurgia.

Neoplasias

Os tumores malignos (neoplasias) da laringe são comuns e têm como principais causas o tabagismo e o consumo de álcool. A sua detecção em estágios iniciais permite a cura. Mais de 90% das neoplasias de laringe são representadas pelo carcinoma espinocelular. As queixas mais comuns desses pacientes são voz rouca e dor no ouvido. Com a progressão da doença ocorre dificuldade para respirar.
Quanto maiores as lesões, maior a probabilidade de cirurgias abertas a fim de retirar parcial ou totalmente a laringe. Nos casos de laringectomia total, pode-se recuperar a fonação através de treinamento fonoterápico de voz esofágica ou a implantação de válvula fonatória, geralmente com seqüelas.

Fonoterapia

A participação do fonoaudiólogo no tratamento das doenças da laringe é de fundamental importância. Este profissional participará tanto no tratamento quanto na prevenção dos problemas vocais. Destaca-se ainda sua importância na orientação de exercícios de reabilitação no pós-operatório de cirurgias da laringe.

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